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Passo maior do que a perna para a Indústria automotiva brasileira


José Carlos Secco - Secco Consultoria de Comunicação


No mesmo dia que a Grã Bretanha anuncia que pretende banir, a partir de 2035, a venda de veículos novos movidos a gasolina e diesel, incluindo híbridos, aqui no Brasil o projeto de lei, do senador Ciro Nogueira, do PP, que proíbe a circulação de todos os veículos a gasolina e diesel a partir de 2040, foi aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal.


Segundo este projeto de lei a venda de carros a gasolina e diesel já seria proibida em 2030 e somente os veículos movidos a biocombustíveis como o etanol, poderiam circular. Ainda não está em vigor e tem um longo caminho até ser aprovado. Agora, segue para a Comissão de Meio Ambiente (CMA), que ouvirá especialistas do setor automotivo e parlamentares, além de representantes do setor público como Detran e Denatran.


Convenhamos, é factível que, em 10 anos não haja mais veículos movidos a combustíveis fósseis no Brasil? Não é. É possível, aliás tudo é possível por um certo custo, depende quem vai pagar por isso.


No Reino Unido, a medida antecipa em cinco anos o previsto inicialmente e é uma tentativa de acelerar o combate às mudanças climáticas. A meta de encerrar a venda destes veículos em 15 anos é vista como uma das mais ambiciosas do mundo, pois muitos países desenvolvidos e evoluídos, como a França, pretendem implantar somente a partir de 2040.


Por aqui, em 2019 apenas 11.858 veículos híbridos e elétricos foram vendidos e representam 0,4% do total comercializado no ano. Muito pouco, ainda mais porque quase a totalidade é de híbridos (que não seriam permitidos já em 2030).


O alto preço é e será o maior obstáculo para a sua popularização. Entre os híbridos, a opção mais barata é o Toyota Corolla híbrido flex e custa R$ 130 mil. Entre os elétricos é o JAC iEV 40, por cerca de R$ 154 mil.


Isso se limitarmos a conversa a automóveis de passeio, pois a situação entre os veículos comerciais é muito, muito pior e a inércia para as mudanças, ainda maior. Como podemos imaginar trocar a frota de ônibus e caminhões por veículos movidos a biocombustíveis ou eletricidade em 10 ou 20 anos se a sua idade média é de cerca de 12 anos? Isto significa que existem veículos com 20 anos circulando. Ou seja, em 2040, a frota média seria de um veículo 2028 que não atenderia nem o que se propõe para 2030.


Por outro lado, o anúncio do Reino Unido foi visto pelos grupos ambientalistas como uma meta insuficientemente ambiciosa. Na visão do Green Peace, deveria ocorrer até 2030. Depois desta data, as chances de as metas ambientais para o clima serem atingidas ficariam muito reduzidas.




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