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Salão, sim ou não?


José Carlos Secco - Secco Consultoria de Comunicação


As montadoras estão descobrindo e desbravando novas maneiras de se relacionar com o seu público de interesse


A ausência de várias marcas importantes na edição deste ano do Salão do Automóvel de São Paulo é lamentável em termos de evento e espetáculo, mas demonstra essa mudança e tendência e que essas companhias estão, enfim, procurando e vislumbrando novas formas para acompanhar a participar da rápida evolução tecnológica que outros setores vêm liderando e impondo (e deixando a indústria automobilística bem para trás).

Isso pode ser facilmente visto e compreendido na CES – Consumer Electronics Show, maior feira de tecnologia do mundo que acontece todos os anos em Las Vegas, EUA. A cada edição são apresentadas milhares de inovações tecnológicas com o mesmo objetivo: revolucionar os mercados e as nossas vidas. Não é à toa que, na última década, muitas montadoras passaram a direcionar seus esforços e presença na CES que tem, cada vez mais, se consolidado como um espaço importante para discutir mobilidade.


Essas novas tecnologias que também envolvem os veículos como eletrificação, automação, redução de combustíveis fósseis e a relação dos consumidores com a posse dos automóveis estão mudando as cidades e o futuro dos negócios das fabricantes. Somasse o fato de o automóvel ter deixado de ser, faz algum tempo, aquele objeto de desejo de homens e mulheres e já não tem mais o mesmo apelo e fascínio.

Prova disso são os jovens preferindo até mesmo celulares do que o primeiro carro e deixando para tirar carteira de habilitação mais tarde. Há alguns anos, fazer 18 anos era sinônimo de poder dirigir e ter o seu carro, emancipação.


A relação agora é outra e o veículo passou a ser mais um modal de transporte individual. Custos de aquisição, seguro, estacionamento, revisão, combustível, IPVA pesam muito mais na análise desses novos proprietários e fazem com que não somente os jovens, mas todos nós pensemos duas ou mais vezes antes de comprar um carro novo.


Existem muitas opções, do transporte público, passando pelo aplicativo e até mesmo a locação mensal ou anual. Isso sem falar nos aplicativos de compartilhamento de veículos (que ainda não decolaram, mas deverão crescer em breve). Ou seja, ter o seu próprio carro não atrai mais tanto e deixou de ser a primeira opção de muitos consumidores.


Com isso, as montadoras precisam entender e enxergar esses novos clientes para poder se relacionar com eles e um evento de massa como o salão passou a ser um tiro de canhão para matar um passarinho.


Então, em vez de criticar, devemos analisar o que esse público está dizendo, procurar adaptar a nossa linguagem à deles e atingi-los por esses novos meios de comunicação que passaram a ser relevantes e em eventos nos quais o automóvel seja interaja no cenário futuro.


Por que não posso ter um carro diferente por semana? Por que não posso só guiar quando estiver a fim? E para isso preciso ser proprietário de um automóvel o ano inteiro, pagar impostos, levar para revisões e cuidar da manutenção periódica? Definitivamente não.




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